Coralina 🏡
Você é o que come, o que veste e onde mora.
Eu nasci e junto veio uma casa.
Em Teresópolis, minha cidade natal, moram mami e papi. A casa deles, ou nossa, tem a minha idade. Acho que nascer junto com a casa que eles construíram me fez caseira. Ou foi o meu signo? Ou é só gosto mesmo? Adoro ficar em casa.
É uma memória de criança: quando o sol esquentava a gente deitava no caminho de pedra que leva ao jardim e eu ficava admirando as plantas e passarinhos. Decorar o meu quarto, mudar os móveis de lugar, pintar as paredes… pra mim era passatempo! Cresci junto com a casa. De dois quartos e duas meninas fomos para cinco quartos, três meninas e para dar um descanso no estrogênio veio o menino caçula.
E alguns cachorrinhos 🐕🐕
Muito antes de virar “moodboard” eu já tinha um quadro de cortiça com recortes, desenhos e ideias. Na adolescência ganhei um quarto só meu, que decorei com um teto de estrelas e uma cabeceira de cama pintados com tinta acrílica. Um poster do Jim Morrison sobre a estante de livros feita com tijolos e tábuas de madeira.
e casei
lá fomos nós: de aluguel em aluguel, casa, apartamento, construção na laje da sogra… teve de tudo um pouco, mas todas eram um lar. Se não tinha grana para pintar eu limpava bem a parede. Não tem jardim? Vai de vasinho com mudas do jardim da mami. Para decorar sempre teve um quilt, desenhos e pinturas minhas e muito capricho. Saímos do Rio com o que deu pra trazer no caminhão - minha coleção de revistas de decoração foi cortada pela metade, mas as mais importantes estão aqui. E bora para mais um ‘de casa em casa, até chegar aqui.
minha casa tem um nome: Coralina!
Homenagem à poetisa e também a sua cor.: um vermelho que resiste ao tempo, quanto mais desbota mais bonito fica.
Quando chegamos era amarelo “cor de burro quando foge”. Por dentro era verde hospital. Uma casa mais antiguinha, nada de paredes de vidro, telhado reto e parede decorada de porcelanato ondulado - estilo famoso por aqui.
Tem sala de estar, jantar e cozinha separadas. Isso já me encantou. Gosto de cantinhos, de ter uma porta para fechar quando faço comida. Também tem uma varanda de inverno e uma piscina para o verão que aqui dura meio ano.
As esquadrias eram em madeira escura, piso crema marfil nas salas de estar e chão de madeira no segundo andar, com sala de tv e os quartos que os closets são madeira de verdade, um luxo!
Nos mudamos sem mexer em nada. Até a porta do banheiro da suíte que era de vidro a gente deixou lá. Depois de um ano entendemos o que deveria ser mudado: a porta do banheiro (please!), uma cozinha mais clara, a despensa que nunca usamos e ia ser meu ateliê de costura. Nos banheiros faltava um bidê e um box de vidro. Ao final o verde hospital daria lugar ao cinza, bege e branco, cores que amenizam o calor que insiste em castigar no interior de SP.
Na segunda reforma abrimos uma porta da sala de jantar para o jardim, o meu ateliê saiu de casa porque inventei de dar aulas de patchworck no centro da cidade, para a alegria do marido o espaço virou sauna. Trocamos o piso da garagem: de um azulejo bege/acinzentado para o tijolo, que tem a cor do apelido de quem nasce por aqui: pé vermelho.
E mais uma reforma! O jardim que era de grama agora também tem piso de tijolinho. Colocamos uma uma mesa grande sob o pé de pitanga e espreguiçadeiras para curtir o céu. Nossa mini Toscana.
Ainda tenho mais algumas reformas em mente, o ateliê precisa sair da sala de tv, que foi a alternativa na pandemia😒 . Também quero mexer de novo na cozinha, na primeira obra contratamos uma arquiteta para fazer o projeto e hoje sinto que pouca coisa ficou realmente a minha cara, acho que vou manter a pia de azulejos verde e a parede com azeitoninhas… fora isso o resto é perecível. O piso de porcelanato é horrível de cuidar e já quebrou em vários pontos, um tijolo rústico vai durar mais. Os armários com porta de vidro…{why??!}, fica cheio de marca de dedos, não vale o tanto que tem que limpar.
Não sei se essa obra vai acontecer, ao mesmo tempo em que penso em tudo o que quero fazer por aqui, sinto vontade de um novo desafio, talvez um apartamento… O que vale é estar sempre cuidando e sonhando.
Mas Coralina taí, lindona e acolhendo todo mundo que entra. E me inspirando sempre.
É isso por hoje. Fevereiro está quase no fim, que correria!
Março chegando e eu consegui superar minha meta de um livro por mês. Li I’ll drink to that, biografia da vendedora Betty Halbreich, que trabalha há mais de 40 anos na Bergdorf Goodman. Gostei.
Li também A psicologia financeira que é o primeiro livro do Clube do Livro online que me inscrevi para dar uma força na meta. O livro é ótimo, fácil de ler e compreender.
Finalmente Fearless, que é meio biografia, meio livro de mesa, com dicas de moda e beleza. Comprei porque adorava o programa da Trinny e ao ouvir um podcast com um pouquinho da sua história fiquei curiosa para saber mais. Gostei de ler, gostei de ter na minha mesa.
Um beijo para quem ler, aquele abraço para quem não.





